Friday, October 20, 2006

A Vó...

A "Vó", como ela era comumente chamada, era uma senhora que trabalhava na limpeza do Theatro, era pessoa querida do pessoal pela sua dedicação e bondade, mas sendo de idade avançada, as vezes variava um pouco, fazia coisas meio sem sentido.As vezes, quando o passoal esta todo reunido, surgem historias das coisas que o Vó fazia, como a de ela sair no final do expediente do Theatro e 5 minutos depois estar de volta, aí o seu Oscar (o zelador) perguntava, "Ué? o que que a senhora tá fazendo aqui de novo!?" e ela: "Vim trabalhar, ora!". Isso pouco tempo depois de encerrar o expediente a tarde.
Noutra oportunidade diz que o Lauro foi verificar a substação de fornecimento de energia para o palco do Theatro e encontrou cheio de roupas perigosamente espalhadas por cima do transformador e ficou aprensivo, daqui a pouco chega a 'Vó' com mais roupa. Ela estava estendendo as roupas ali em cima para secar melhor.
Contam tambem que ela recebeu uma ligação quando estava limpando a recepção da telefonista e atendeu o telefone, já que a telefonista não estava ali, era do hospital pra dizer que o esposo de uma das meninas da limpeza tinha sido hospitalizado. A Vó não teve duvida foi correndo dar a noticia que o marido da fulana tinha morrido.
Quando a Vó fazia a limpeza da bilheteria acontecia outra das suas, na epoca o responsavel pelo setor era todo organizadinho pra controlar os ingressos, colocava varios montinhos de cada localidade correspondente ao tipo de ingresso em cima da mesa estrategicamente arrumados para fazer o bordero no outro dia, totalmente inutil, quando a Vó ia limpar a sala antes dele chegar, ela retirava tudo de cima da mesa, afinal sem nada em cima ficava mais facil a limpeza da mesa e depois recolocava tudo de novo, só que com a organização totalmente diversa do que era antes. Dizem que o homem do bordero ia à loucura.
A ultima que eu soube que ela fazia era colocar agua nas plantas do Foyer que ela tanto adorava, todas as plantas daquela localidade recebiam agua, só que elas eram de plastico, e o chão virava uma piscina, diz que a Dona Eva chegava no Theatro e ficava intrigada de onde vinha toda aquela agua no chão, pois não tinha vazamento e não tinha canalização ali, posteriormente o Lauro era chamado para descobrir de onde vinha tanta agua.  Foi uma alegria quando alguem conseguir ver um dia a Vó pondo agua nas plantas e alerta-la.
A Vó foi uma das pessoas mais queridas do Theatro

Tuesday, October 10, 2006

Flavio Rangel

Essa não se passou no Theatro, mas nas conversas que as vezes eu tenho na oficina, junto com o Lauro e o Acir, que por trabalharem no palco sempre estão por dentro do que ocorre nos palcos do Brasil, apareceu essa historia.
Diz que o Flavio Rangel (que inaugurou o Theatro São Pedro com Piaf, e faleceu em 1988) nas vezes que trabalhou junto com o João Acir contou essa historia que se passou lá em São Paulo. Segundo o Acir, estavam os dois conversando quando passa uma pessoa ligada ao teatro e o Flavio viu, virou uma arara e chamou o Acir:
-Tá vendo aquele 'filha da puta' lá Acir!? aquele lá, apontando pro cara! "Tava levando meu espetaculo a falência". Aí o Acir, evidentemente, pergunta como, porque, o que aconteceu pro Flavio não gostar do cara.
E o Flavio conta a histopria:
-"Imagina Acir, que a gente tinha um espetaculo que era bom, bons atores, produção legal, etc... mas não vinha ninguem, sempre vazio.
Aí a gente foi buscar as causas do fracasso, pois entrava gente na bilheteria e ingresso que era bom o pessoal não comprava. Bom! aí desconfiamos e pé por pé fomos até a bilheteria ver o que ocorria, o porque que as pessoas entravam e não compravam ingresso... e ficamos escutando o dialogo do bilheteiro com um dos clientes, e olha só Acir.... o cliente entrava e perguntava pro 'desgraçado' se o espetaculo era bom! E ele ao invés de dar uma força respondia
-"Não sei!".
Aí o pessoal insistia, "E pra quais locais do teatro tem lugar?", e ele:
- Todos! não vendeu nenhum ingresso ainda!"
E o restante do dialogo era mais ou menos isso:
Publico-Ah é! Mas a venda tá boa??
Bilheteiro - Não! não vendeu nadinha até agora!!
Publico-Ah é! Mas não vendeu nenhum, mesmo?
Bilheteiro - Não! Não vendeu nada, nada, nada!
Publico - Mas ninguem vem ver o espetaculo?
Bilheteiro - Ninguem! Voces vão ser os primeiros.
Publico - E a peça é boa?
Bilheteiro - Ninguem elogiou ainda!
Publico - Que horas começa?
Bilheteiro - Acho que na hora que voces chegarem!
Publico - Na hora que a gente chegar?
Bilheteiro - Sim! voces são os unicos, voces chegam e inicia!.
....
Aí o Flavio cuncluiu: Bom! Tu imagina Acyr! se alguem ia comprar ingresso com un infeliz desses na bilheteria...