Wednesday, September 27, 2006

Quem é o Seu OSCAR:


Pra quem é frequentador do Theatro e vê seguidamente o Seu oscar, com sua chavezinha sempre balançando e tem curiosidade em saber quem ele é, tái....

  • Meu nome é Oscar Siqueira, comecei a trabalhar aqui no teatro como guarda do almoxarifado da firma Ernesto Woebcke, e após a morte do Olmiro (o zelador anterior ao Oscar) fui convidado por Dona Eva pra ser o Zelador, e to aí até hoje.

  • Eu nasci numa pequena fazenda em Quarai, que era dos meus pais, Tácito dos Anjos Siqueira e Erotildes Rosa Brasil, Eu tenho mais sete irmãos, somos 4 homens e 4 mulheres. Nessa fazenda a nossa família plantava milho, batata, feijão, etc. Tudo pra consumo próprio, nada para comercializar. Eu nasci em 18 de setembro de 1926.

  • Em Quarai eu vivia, já grande, fazendo embutido de porco, tinha um terreno lá que eu criava pra fazer isso.

  • Diversão naquela época era ir a baile feito por vizinhos, em clube e essas coisas assim, mas como só gente com dinheiro podia entrar em clube, então se ia aos bailes da vizinhança.

  • Meu pai era caudilho da UDN, a gente sempre seguiu o voto dele, e foi a ultima coisa que ele me pediu em vida, pra continuar com a mesma ideologia política dele. Me lembro que era contra o Dutra, que era do Getulio. Até hoje eu sigo, até no futebol ele não era colorado, lá se tinha muita influencia doa blancos e colorados do Uruguay e a gente não tinha nada de vermelho, aí eu segui ele, sempre torcendo pro Grêmio.

  • Quando eu vim pra cá, eu sai mais ou menos em 73 de Quarai, fui trabalhar na obra da CRT, esse prédio que ta aí na Salgado Filho, eu era carpinteiro, fazia as formas pra concreto, depois a empresa me pôs aqui no teatro. Acho que foi em novembro de 1975 que eu fui convidado pra trabalhar no Theatro São Pedro.

  • Minha mulher era Santa Cezarina de Moraes, faleceu por volta de 1984, com ela tive oito filhos e mais ou menos 15 netos...

  • Me lembro bem, em 46 eu tava no exercito e foi lá em Quarai o Flores da Cunha pregar a paz com os inimigo político, e ele falou que até ele que tinha um irmão, Gulhermino, sido morto na ponte do Ibirapuitan pelos colorados tava agora querendo a paz.

  • Lá como time de futebol tinha o Bataclan, o Cruzeiro, o Brasil, e uns menor. Só tinha um estádio no fim da rua, tinha arquibancada e tudo. Eu cheguei a jogar nuns times lá. Agora o meu pai não, teve paralisia infantil, e ficou com uma perna atrofiada e nunca jogou bola, se dedicou a política.

  • Em Quarai uma das diversão de final de semana era a corrida de Cancha reta e eu tive uma das melhor na cidade, tinha 400 metro, depois eu consegui mais um pedaço de terreno que tava com meu primo e aumentei a cancha em mais 300, ficou a maior da cidade. Os melhores cavalos de corrida da cidade eram da família Correa, mas vinha gente de outras cidades para correr lá.

  • A minha cancha tinha quatro raias e vinha cavalo de livramento pra correr nela, eu cheguei a cuidar da égua Cigana, que foi o melhor cavalo de corrida das redondezas.

  • O que me fez vim pra Porto Alegre foi a falta de serviço, todo mundo saiu de lá, saiu pra procurar emprego. Não é por causa de diversão, nem por causa de nada, foi só emprego.